É o teu
rosto que encontro. Contra nós, cresce a manhã, o dia, cresce uma luz fina.
Olho-te nos olhos. Sim, quero que saibas, não te posso esconder, ainda há uma
luz fina sobre tudo isto. Tudo se resume a esta luz fina a recordar-me todo o
silêncio desse silêncio que calaste. Pai. Quero que saibas, cresce uma luz fina
sobre mim que sou sombra, luz fina a recortar-me de mim, ténue, sombra apenas.
Não te posso esconder, depois de ti, ainda há tudo isto, toda esta sombra e o
silêncio e a luz fina que agora és.
Autor : José Luís
Peixoto,
in 'Morreste-me' Página 15
Sem comentários:
Enviar um comentário