Karin Elizabet
Acredito
que a vida de um livro enquanto está nas mãos do autor não é mais importante do
que quando está nas mãos do leitor. O leitor é quase sempre um autor ele
próprio. É ele que dá significado às palavras e por isso até acho muito
interessante quando as pessoas me vêm apontar coisas que não eram minha
intenção, mas que de facto estão lá. E há muitas outras coisas que foram minhas
intenções e que nunca ninguém me referiu, e no entanto também lá estão. Se
calhar alguém reparou nelas ou ainda vai reparar. Tudo o que um leitor leia num
livro é legítimo porque nessa fase o leitor é tudo, é ele que faz o livro.
Autor : José Luís
Peixoto
in 'Diário de Notícias (2003)'
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