terça-feira, 2 de agosto de 2016

No outro lado do poema

Reisha Perlmutter

no outro lado do poema
aí onde a luz colapsa de tão negra
lá onde a palavra brota como lume no seixo
e o nada se faz fogo
inscrevo o nome das coisas...

e na luminosa obscuridade das palavras
e na tatuagem dos dias
e no estilete de bronze
que os deuses em seu desenfado
por vezes emprestam aos mortais
(re)escrevo as dores de meus pensamentos
resguardados da obscena exposição
de martírios, alegrias e de enganos...

e soletro em bebedeira de sentidos todos os rumores
e partilho o poema-outro
o que vem de fora
e de tão íntimo
se mistura no sangue cúmplice
e de tão grave se funde no desejo transgressor
em que vou

ardendo...

Autor Manuel Veiga
http://relogiodependulo.blogspot.pt/search?updated-min=2008-01-01T00:00:00Z&updated-max=2009-01-01T00:00:00Z&max-results=50

2 comentários:

Manuel Veiga disse...

grato por teres "arejado" o meu poema, perdido na blogesfera há uns anos.

e com que bela decoração o bordaste!
sem pretender ser presunçoso (naquilo que ao poema diz respeito) diria que resulta uma belíssima composição

beijo

BeatriceMar disse...

Caro Poeta

foi essa a minha intenção, e ainda bem que gostou.

saudações poéticas

:)