sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Amo-te


Amo-te de um modo que me constringe,
Que me tolhe os movimentos, que sufoca
E que muitos mais dissabores me provoca
Sempre que à minha nulidade me restringe.
Amo-te por um amor que tudo infringe,
Que ao inferno me leva, do céu me desloca
E que faz com que m'atire da mais alta roca
Por algo que algum afecto por mim finge.
Amo-te, tão-só, porque não sei viver sem isso,
Sem a dor que tanto me consome e devora,
Como a que me torna rebelde e insubmisso
Por não te ter, pois se te tivesse – ah, essa hora! –
Morreria levado p’lo encanto, o feitiço
Que vivo me mantém desde que foste embora.

LC dixit
Autor : Luis Corredoura

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