quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

A Noite abre meus olhos

Christine Ellger


Caminhei sempre para ti sobre o mar encrespado
na constelação onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado

Ferrugens cintilam no mundo,
atravessei a corrente
unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes

A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta

o amor é uma noite a que se chega só

Autor : José Tolentino Mendonça
in 'A Estrada Branca'

Sem comentários: